Nuvens famintas balançam sobre o abismo.
Submisso outrora e no caminho do perigo,
O justo percorria
O vale da morte.
Plantam-se rosas onde crescem espinhos
E na estéril charneca
Cantam as abelhas
Foi então plantado o caminho do perigo
E um rio e uma fronte brotaram
De cada penhasco e cada túmulo,
E nos ossos branqueados
Brotou barro vermelho.
Até que o vilão deixou os caminhos do fácil
Para seguir os caminhos do perigo
E expulsar o justo para regiões estéreis.
A vil serpente anda agora
Em mole humildade
E o justo percorre em fúria os desertos
Onde erram os leões.
Rintrah ruge e treme os seus fogos no ar carregado;
Nuvens famintas balançam sobre o abismo.
William Blake (1757-1827)
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