No Portugal do século XVII, Mariana Alcoforado, então com onze anos, é obrigada a entrar para um convento, a fim de ficar a salvo do brutal conflito provocado pela guerra com Espanha.
Impotente face à irrevogável decisão do pai, Mariana submete-se, mas anseia pelo dia em que poderá regressar ao seio da família e à liberdade da vida real.
Até que um regimento francês chega à cidade: o belo rosto de um oficial a cavalo, uma fortuita troca de olhares e, por fim, o encontro. Mariana, já quase com vinte anos, deixa-se dominar por uma paixão cega e inflamada. Introduzindo-se secretamente na sua cela durante várias noites seguidas, o Capitão Bouton dá-lhe a conhecer o amor físico, proporcionando-lhe o primeiro grande êxtase da sua vida. Mas a notícia dessa relação rapidamente se difunde e causa escândalo. Bouton é mandado regressar a França. Destruída, Mariana escreve-lhe, sem resposta, cartas extraordinariamente belas e apaixonadas.
Baseando-se numa das mais famosas histórias de amor de todos os tempos, a que ressalta das Cartas de uma freira portuguesa, publicadas anonimamente em 1669, o romance de Katherine Vaz recria admiravelmente, numa prosa encantatória e rica de sugestões, o drama de Mariana Alcoforado e o país em que viveu.
Mariana Alcoforado, (Beja, 2 de Abril de 1640 - 28 de Julho de 1723) foi uma freira portuguesa, no Convento de Nossa Senhora da Conceição em Beja. É considerada a autora das cinco Lettres Portugaises (As Cartas Portuguesas) dirigidas a Noel Bouton de Chamilly, conde de Saint-Léger, oficial que lutou em solo português, sob as ordens de Frederico de Schomberg, na Guerra da Restauração.
Já no testamento materno Mariana fora nomeada monja do Convento da Conceição. Sem nenhuma inclinação mística, estava, pois, destinada à vida religiosa, sorte idêntica à de muitos homens e moças da época, encerrados em mosteiros por mera decisão paterna.
Os amores com Chamilly, a quem vira pela primeira vez do terraço do convento, de onde assistia às manobras do exército, deve ter ocorrido entre 1667 e 1668. Mariana pertencia à poderosa família dos Alcoforados, e o escândalo provavelmente se alastrou. Temeroso das consequências, Chamilly saiu de Portugal, pretextando a enfermidade de um irmão. Prometera mandar buscá-la. Na sua espera, em vão, escreveu as referidas cartas, que contam uma história sempre igual: esperança no início, seguida de incerteza e, por fim, a convicção do abandono. Esses relatos emocionados fizeram vibrar a nobreza de França, habituada ao convencionalismo. Além disso, levaram, para a frívola sociedade, o gosto acre do pecado e da dor, pois, ao virem a lume, divulgaram a informação de que as compusera uma freira.
Seguiram-se as Respostas; entretanto, todas as outras publicações são apócrifas. Rousseau, por achar as cartas belas demais para serem ideadas por uma mulher, negava-lhes a autenticidade; entre os portugueses, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco. Pelas boas obras e pelos sacrifícios com o tempo se reabilitou; chegou a abadessa e morreu já idosa.
Na hipótese de não serem autênticas, ignora-se por que as Cartas, escritas em francês, possuem acentuados vestígios de sintaxe portuguesa. Especula-se que provêm de tradução literal de cartas escritas em português — e perdidas —, ou então compostas por alguém que, conhecendo o idioma francês, não o dominava a ponto de redigi-lo com absoluta perfeição. E na biblioteca dos Alcoforados acharam-se inúmeros livros em francês, indício provável de que eles teriam se servido frequentemente da língua, ao menos para leitura.
O Museu Rainha Dona Leonor ou Museu Regional de Beja é um museu em Beja,instalado no Convento da Conceição. O Convento foi fundado em 1459, pelo Infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V, e por sua mulher, a Infanta D. Beatriz. Este convento era bastante amplo, mas muito tempo depois sofreu a demolição de uma parte.
Hoje o museu tem vários espaços principais para visitar: o Coro Baixo, a Igreja, a Sala dos Brasões, as 4 quadras (Corredores) do Claustro, as 2 saletas e as 3 salas com bonitas pinturas, a Sala do Capítulo (incluindo o pequeno oratório no fundo da sala que interrompe o único corredor de comunicação entre as salas que têm pinturas).
Katherine Vaz (born August 26, 1955) is an American author who has published two novels, two story collections, and children’s stories. A former Briggs-Copeland Fellow in Fiction at Harvard University and a 2006-7 Fellow of the Radcliffe Institute for Advanced Studies, she lives and works in Cambridge, Massachusetts.
Early life and education and teaching
Vaz grew up in the East Bay area of San Francisco and attended Bishop O’Dowd High School in Oakland. She earned a B.A. from the University of California, Santa Barbara, in 1977 after spending her senior year at the University of Sussex in Brighton, England. She earned a living as a freelance writer in Los Angeles, and after starting to publish fiction in various literary magazines, she was accepted into the graduate writing program at the University of California at Irvine in 1988.
Her studies centered upon magical realism, and she designed a graduate course on the subject when she was an Associate Professor of English at the University of California at Davis. The authors studied included Clarice Lispector, Alejo Carpentier, Mercè Rodoreda, Júlio Cortázar, Bruno Schulz, Rachel Ingalls, Yasunari Kawabata, Miguel Angel Asturias, José Saramago, and Gabriel García Márquez. She taught an abbreviated form of this course at the New School in New York as well as a summer course on Portuguese literature in Translation at Rutgers University in Newark.
She taught beginning and advanced fiction-writing at Harvard University for five years and has presented seminars at the Squaw Valley Writers Conference in California and the Fine Arts Work Center in Provincetown, Massachusetts.
Career in Publishing
Her graduate thesis turned into her first book, Saudade, published by Bob Wyatt at St. Martin’s Press in 1994 and noted as the first novel from a major New York publisher about the Portuguese in America; her father’s family were immigrants to California from the Azores, and this forms much of the wellspring of her fiction.
The novel was selected for Barnes & Noble’s Discover Great New Writers series, and actress Marlee Matlin bought the film option. The book features a deaf young woman from the Azores who thinks in a language of color. A paperback edition was released in 1996, and a Portuguese translation appeared in 1999.
Her second novel, Mariana, was published in seven editions in six languages—two editions in English, a British and an American version, as well as Spanish, Greek, Italian, Portuguese, and German. Based upon the true story of the seventeenth-century Portuguese nun, Mariana Alcoforado, the story centers upon her love affair in the convent with a French soldier and wrote him five love letters that have been referred to as some of the most passionate documents in existence. Her existence is controversial; many scholars believe the letters were the invention of a French author. Vaz’s book is the first to offer a version of her possible life told as a novel in English. A romantic icon in Europe, Sister Mariana was written about by such authors as Stendahl and Rilke; her image was a subject for Matisse, Modigliani, and Braques.
Vaz traveled extensively in Portugal and consulted numerous archives in Portuguese in large part thanks to one of the convent-museum’s curators, Leonel Borrela. The novel was long on the bestsellers list in Portugal and went into many editions, including a mass-market pocket book.
The novel was also selected as one of the top three books to be promoted in 1998 by Rizzoli in Italy, and the German publisher, Hoffmann und Campe in Hamburg, released a successful hardback and paperback. The United States Library of Congress selected MARIANA as one of the Top Thirty International Books of 1998, and the American paperback edition was published by Aliform Publishing, Minneapolis, Minnesota, in 2004. Anne Harrison, former Director of Development for Martin Scorsese, bought the film rights.
Vaz’s first story collection, Fado & Other Stories, featured a look at Azoreans and Azorean-Americans and won the 1997 Drue Heinz Literature Prize. Her second collection, Our Lady of the Artichokes and Other Portuguese-American Stories, won the 2007 Prairie Schooner Prize in Fiction.
Her non-fiction includes book reviews for the Boston Globe and a chapter in a book of essays, Signatures of Grace, (Dutton, 2000) on the sacraments.
Vaz was a fiction editor for the Harvard Review from 2005-6 and has published children’s stories in anthologies by Simon & Schuster and Viking.
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