sábado, março 22, 2008
Um Longo Domingo de Noivado - Filme
Um Longo Domingo de Noivado (Un Long Dimanche de Fiançailles) - 2004
Realizador: Jean-Pierre Jeunet
Actores: Audrey Tautou, Gaspard Ulliel, Dominique Pinon, Jodie Foster, Chantal Neuwirth, Ticky Holgado, André Dussollier, Jean-Paul Rouve, Albert Dupontel, Jérôme Kircher, Jean-Pierre Darroussin, Denis Lavant, Dominique Bettenfeld, Jean-Pierre Becker, Tchéky Karyo, Jean-Claude Dreyfus, Marion Cotillard, Julie Depardieu, Michel Vuillermoz, Urbain Cancelier, Michel Robin
Sinopse:
Um Longo Domingo de Noivado, realizado por Jean Pierre Jeunet - realizador de Delicatessen e Amelie- conta a história de Mathilde e da sua procura emocionante de pistas que lhe permitam saber o que aconteceu ao seu namorado Manech, desaparecido na frente do Somme em 1917. Mathilde recusa-se a aceitar a versão oficial que diz que Manech morreu em plena terra-de-ninguém, em frente a uma obscura trincheira chamada Bingo Crépuscule, juntamente com quatro camaradas condenados por mutilação voluntária. Segundo ela, se Manech estivesse realmente morto, ela saberia. Confiando na sua intuição e naquilo que o seu coração lhe diz, Mathilde vai, aos poucos, aproximando-se da verdade, num caminho difícil, cheio de emboscadas, falsas esperanças e incertezas.
Um Longo Domingo de Noivado, é o filme que tornou possível o reencontro dos dois responsáveis pela maravilha que é O Fabuloso Destino de Amélie, o realizador Jean Pierre Jeunet e a actriz Audrey Tautou. Se o talento de Jeunet como realizador e o carisma e beleza singular de Tautou, eram já meio caminho andado para um grande filme, nada como ter uma história adaptada de um belo romance, o livro de Sébastian Japrisot, que deu o nome ao filme.
Do livro pode-se dizer que a expressão "uma história maior que a própria vida" se lhe aplica como uma luva. Japrisot criou uma história tão complexa, tão cheia de personagem, sentimentos e situações que assitir ao filme se torna uma experiência quase esmagadora, mesmo para quem já tenha lido a obra.
Adaptar esta história ao cinema era por isso uma tarefa complexa, uma vez que havia que reduzir para apenas duas horas uma narrativa que daria para muitas mais. Tarefa mais complexa ainda pela mistura de géneros que compõem esta história, policial, guerra, romance e drama, e pelo constante alternar entre o presente, a história de Matilde, e o passado, a de Manech e seus companheiros.
Jeunet e o seu co-argumentista geriram tudo isto surpreendentemente bem, a narrativa é fluída e sempre cativante, mas não de forma perfeita. Na parte dos flashbacks, no meu da confusão da batalha, de tantos nomes de personagem e explicações, é fácil ficar algo baralhado, mesmo para que já leu o livro.
Nada no entanto que estrague a grande experiência que é ver este filme, é uma história de amor e dedicação inspiradora e comovente, sem nunca ser lamechas ou massadora. E mesmo que fosse o caso seria de visionamento obrigatório, só pela beleza de cada cena, Jeunet como realizador extremamente visual que é, escolhe cada enquadramento, prepara cada movimento de câmara com uma perfeição notável, do caos do campo de batalha, à simplicidade dos momentos partilhados pelos dois namorados. Tudo isto, complementado com uma fotografia de cortar a respiração, torna cada imagem deste filme em pura poesia.
Tal como em Amélie, este filme parece passado numa outra dimensão. É difícil explicar o porquê, mas o mundo dos filmes de Jeunet parece sempre mais vivo, mais vibrante que o mundo real, as suas personagens transbordam energia, e mesmo sendo muitas vezes caricaturadas, são sempre incrivelmente densas e complexas.
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