segunda-feira, janeiro 02, 2012

Peto - Paula Cairo

Li este livro no dia 01/01/2012.

O Peto apareceu na rua, ainda bebé, e lá viveu durante doze longos anos, comendo dos caixotes do lixo. A certa altura, duas senhoras repararam nele e foram-no protegendo como podiam, dando-lhe comida e água. E ele por ali foi ficando. Foi recolhido duas vezes por pessoas que o voltaram a abandonar porque, afinal, era grande demais ou deixava a casa cheia de pelos.
Na sua vida na rua, foi agredido diversas vezes e durante muito tempo teve dificuldade em usar as patas traseiras. Foi também atropelado mais do que uma vez. Chegou a ser esfaqueado na barriga. Tinha Leishmaniose, e por dormir tantos anos ao relento sofria ainda de artrite, passando a ter de tomar medicação quatro vezes ao dia. Foi atacado diversas ocasiões por cães com «donos perigosos» e o seu corpo ficou marcado por várias cicatrizes.
Enfrentou duas denúncias de vizinhos, que não o queriam ali. Numa das vezes acabou num canil para ser abatido, como tantos outros cães vadios. Mas foram buscá-lo e ele voltou à sua rua. A sua sorte mudou quando, um dia, Paula, reparou no cão meigo e triste que se arrastava cheio de sangue, terra e pó. Começou por lhe limpar as feridas. Acabou por saber a sua história e seis meses depois, em Novembro de 2005, levou-o para casa e encheu-o de amor. Peto escapou da morte nesse inverno.



Paula Cairo nasceu em Palmela e vive por acaso no Seixal. Passou parte da infância no Alentejo onde conviveu com toda a espécie de animais e desde que se lembra sempre os adorou por os considerar seres sensíveis, puros e genuínos. Para além de cães e gatos teve um pato, um porco, uma galinha, uma pomba e ratos de estimação. Todos, em alturas diferentes da vida andaram por sua casa, uma imensidão de 12 assoalhadas. Sempre gostou de ouvir histórias contadas. Mais tarde começou a escrever algumas coisas, mas acabaram sempre no lixo. Mas foi o Peto que lhe deu coragem para se expor escrevendo para os outros lerem. Estes textos foram escritos ao longo de durante 3 anos. Neste momento tem 3 cadelas que adotou, uma delas em cadeirinha de rodas.

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