No seu retiro nos socalcos do Douro, Mariana recomeça uma vida de alegrias e liberdade até que um soldado francês, um jovem arrastado para um conflito que desdenha, lhe bate à porta em busca de asilo. Daniel está longe, a combater os franceses, e Gustave está logo ali, com os seus ideais de igualdade e o seu afecto inabalável, disposto a mostrar-lhe que a vida é bem mais do que um leque de obrigações.
A minha opinião:
Gosto muito dos livros da escritora Célia Correia Loureiro,
este não é o primeiro livro que leio dela e de certeza que não será o último.
A Mariana é uma personagem extraordinária, com uma força
infinita e com um carater inquebrável. Gosto muito da sua personalidade. A
personagem do Daniel também é muito forte e com um caracter irrepreensível. No início
a sua moral não o permitiu desposar uma criança (Mariana ainda não era mulher)
e naquela altura o facto de um homem ter uma amante não era descabido. Mas de
facto o Daniel gostava das duas mulheres, tem um sentimento de proteção para as
duas e não conseguia imaginar que uma das duas mulheres pudesse estar a sofrer,
no caso de a Isabel estar a ser abusada nas mãos do tia e no caso de a Mariana
estar abandonada e a ser importunada pela D. Sofia.
Adoro as descrições que a escritora faz dos locais, Lisboa,
Porto e Norte do Douro. Faz-nos sentir que estamos nos locais a sentir as
mesmas emoções retratadas por ela, os cheiros, as cores e visualizamos as pessoas
e as profissões aqui descritas.
Gosto do relacionamento entre a Mariana Albuquerque e o
Daniel Turner. O facto de ambos terem os seus feitios, mas no final apaixonam-se
e não conseguem viver longe um do outro. Apesar de se viver muitas tragédias e existirem
muitos segredos ocultos do passado é isso que torna a história real e que nos suscita
curiosidade para queremos ler mais e saber o que vai acontecer às personagens.
Já tinha referido no Goodreads à escritora que não tinha
gostado da personagem Maria (a dama de companhia da Mariana), pelo facto de
esta ser demasiado pudica, conflituosa e deturpa os acontecimentos. Eu sei que
a história se passa nos anos entre 1805 e 1808 e os costumes e boas maneiras
eram diferentes da atualidade.
Não é que nos custe a acreditar que uma mulher tinha que se
submeter às “ordens” do marido, mas como a Mariana era um espirito mais livre,
logo eram mal visto todos os seus comportamentos. Mas o facto de a acusarem de
descuidar da saúde da filha e de ter “tentado” matar a mãe custou muita a
aceitar, isso também porque me custa a aceitar injustiças e na minha opinião, o
que a Maria estava a provocar era uma autêntica injustiça contra a Mariana e
até acho que esta a mentir em alguns factos.
Mas só para finalizar como já referi à escritora o livro deixou-me
um sentimento de que a história ficou por acabar de contar, ou seja, existe uma
parte da história que gostava que fosse contada e é sobre o que aconteceu à
Amélia. A ficou um mistério que gostava de ver contado num próximo livro (será
que podemos contar com isso?).