segunda-feira, outubro 25, 2010

As Serviçais - Kathryn Stoc­kett

Comecei a ler este livro no dia 18/10/2010 e acabei no dia 23/10/2010.

Ske­e­ter tem vinte e dois anos e aca­bou de regres­sar da uni­ver­si­dade a Jack­son, Mis­sis­sippi. Mas esta­mos em 1962, e a sua mãe só irá des­can­sar quando a filha tiver uma ali­ança no dedo.
Aibi­leen é uma cri­ada negra, uma mulher sábia que viu cres­cer dezas­sete cri­an­ças. Quando o seu pró­prio filho morre num aci­dente, algo se que­bra den­tro dela. Minny, a melhor amiga de Aibi­leen, é pro­va­vel­mente a mulher com a lín­gua mais afi­ada do Mis­sis­sippi. Cozi­nha divi­na­mente, mas tem sérias difi­cul­da­des em man­ter o emprego… até ao momento em que encon­tra uma senhora nova na cidade.
Estas três per­so­na­gens extra­or­di­ná­rias irão cruzar-​se e ini­ciar um pro­jecto que mudará a sua cidade e as vidas de todas as mulhe­res, cri­a­das e senho­ras, que habi­tam Jack­son. São as suas vozes que nos con­tam esta his­tó­ria ines­que­cí­vel cheia de humor, espe­rança e tris­teza.
Uma his­tó­ria que con­quis­tou a Amé­rica e está a con­quis­tar o mundo.



A his­tó­ria é-nos con­tada a três vozes: Aibe­leen e Minny, duas cri­a­das negras, e Ske­e­ter, uma jovem branca. Aibel­len tem espe­cial jeito para cri­an­ças e é notó­rio o cari­nho que dedica à pequena Mae Mobley, filha da sua mais recente senhora. Minny é uma mulher impe­tu­osa, que diz o que pensa e que arranja cons­tan­te­mente pro­ble­mas devido a isso  — no iní­cio da his­tó­ria, encontra-​se desem­pre­gada mas surge-​lhe uma opor­tu­ni­dade de emprego, para ser­vir uma senhora muito pecu­liar. Ske­e­ter é uma jovem desen­qua­drada no meio em que se insere: alta, magra e sem ser con­si­de­rada uma beleza, aca­lenta o sonho de um dia se tor­nar escri­tora. Para além de tudo isso, sente-​se mui­tas vezes inco­mo­dada com a forma como o seu cír­culo de “ami­za­des” trata as empre­ga­das e com a natu­ra­li­dade com que a dis­cri­mi­na­ção é encarada.

Kathryn Stoc­kett estreou-​se como escri­tora com este livro, cujo enredo decorre nos anos 60 em Jack­son, no Mis­sis­sípi, Sul dos Esta­dos Uni­dos, numa altura em que a segre­ga­ção racial já come­çava a ser con­tes­tada, mas ainda pre­va­le­cia neste estado ame­ri­cano em par­ti­cu­lar. Como refere nas notas finais deste livro, a autora, tam­bém ela oriunda de Jack­son, deci­diu con­tar uma his­tó­ria decor­rida nessa época sen­sí­vel e vio­lenta que viven­ciou enquanto cri­ança, ela pró­pria pra­ti­ca­mente cri­ada por uma cri­ada negra.





Eu tenho um sonho…Estou feliz por juntar-me a vós, hoje, o dia que ficará para a história como o da maior manifestação pela liberdade nos anais da nossa nação.

Seria fatal não levar a sério a urgência do momento.

Digo-vos hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e das frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado do seu credo: “Consideramos estas verdades como evidentes em si mesmas: todos os homens são criados iguais”.

Sonho que um dia todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas, os lugares inóspitos serão amenizados, os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada, e todos os seres a verão, conjuntamente.

Esta é a nossa esperança. Esta é a fé com a qual regresso ao sul.

Que a liberdade ressoe dos prodigiosos cabeços do Novo Hampshire!
Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque!
Que a liberdade ressoe dos montes Alleghenies da Pensilvania!
Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve da Cordilheira Rochosa do Colorado!
Que a liberdade ressoe das encostas curvilíneas da Califórnia!
Que a liberdade ressoe da Montanha Rochosa da Geórgia!
Que a liberdade ressoe da cidade de Lookout Mountain no Tennessee!
Que a liberdade ressoe de cada monte e de cada pequena elevação do Mississipi!
Que de cada lado das montanhas da liberdade ressoe!
Quando tal acontecer, quando deixarmos a liberdade ressoar em cada vila e em cada aldeia, em cada estado e em cada cidade, seremos capazes de apressar o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar as mãos e cantar o antigo espiritual negro: “Por fim, liberdade! Por fim, liberdade! Louvado seja Deus, Todo Poderoso, somos livres, finalmente!”
Martin Luther king Jr., 1967

1 comentário:

cris disse...

Tenho este livro mas ainda não o li. Tenho de ver se passo p a frente da lista...
http://otempoentreosmeuslivros.blogspot.com
Boas leituras!