terça-feira, novembro 24, 2009

A Noite de Tamarindo - Antonio Gómez Rufo

Comecei a ler este livro no dia 5 de Novembro e acabei no dia 18 de Novembro.

Salvaria a vida do seu filho à custa da morte de outra criança?
Seria capaz de recorrer a métodos ilegais para comprar mais tempo de vida?
O amor ainda é o melhor refúgio do ser humano?



Porque é que os governos do mundo colocam questões éticas ao avanço da Ciência?
A Noite do Tamarindo dá resposta a estas e outras perguntas. Um romance apaixonante repleto de acção e com um ritmo espectacular que se desenvolve nos mais luxuosos cenários do mundo. Uma história para debater o futuro imediato, que já começou.


Sobre o autor:
Antonio Gómez Rufo (Madrid, 1954).Traduzida em alemão, holandês, búlgaro, português, francês, russo, húngaro, grego e polaco, a obra narrativa de Gómez Rufo tem sido elogiada pela crítica espanhola e internacional: «Uma estupenda novela sobre um dos personagens mais apaixonantes da história» (El País, sobre La Leyenda del falso traidor), «Romance tremendo, denso, subjugante. Uma delicia.» (revista Tiempo, sobre Los mares del miedo), «Um romance magnífico e necessário» (La Razón, sobre Adiós a los hombres), «Um romance romântico, de perfeição absoluta» (Kapital, Bulgária, sobre a El Alma de los peces) ou «Funciona como um relógio de fábrica, (…) cada tictac soa como tem que soar» (ABC, sobre El Secreto del rey cautivo) É também autor de outras obras como As lágrimas de Henan, Si tú supieras y Balada triste en Madrid. Com El secreto del rey cautivo obteve o Prémio de Novela Fernando Lara 2005.





Este livro no inicio a mim não me deixou muito "agarrada", pois é bastante descritivo e por vezes torna-se cansativo. Mas é uma história interessante e ficamos a pensar as voltas que a vida dá... e que muitas vezes ter muito dinheiro não significa que seremos felizes. Realmente o que é que o dinheiro pode comprar??? Amor?? Saude??? Estatuto???


Aqui ficam alguns excertos do livro que gostei
(…Pág. 328…)
Sabe que dentro de cinquenta anos o mundo não se parecerá em nada com o que conhecemos hoje? Sabe que mais tarde ou mais cedo os que mandam vão provocar o aparecimento e a expansão de estripes de vírus invencíveis que semearão o planeta de pandemias? Sabe, senhor Salazar, que a população mundial ficará reduzida a metade graças a uma terrível epidemia antes de o século XXI acabar, que os nossos netos viverão sem água nem alimentos naturais, que a Europa ficará reduzida a um terço devido às inundações do Árctico e o que restar do Ocidente já não será a civilização que conhecemos? O estado de bem-estar tem os dias contados! Vejo que não tinha a menor ideia! Porque ainda há mais, muito mais… Disseram-lhe que vai ser ilegal fumar e beber álcool, que nos converterão em estéreis primeiro e depois em castrados para acabar com o crescimento demográfico, que respiraremos um oxigénio tão pobre que ficaremos todos tontos e que sobreviver será uma tortura? Ou será que ainda não verificou que o clima já não se parece em nada ao que era há alguns anos? Compreendo que não queira pensar nisso, que nem sequer o tenha considerado, mas a capacidade de adaptação do ser humano será um património exclusivo dos nossos netos, no caso de o conseguirem, o que duvido… Nem você nem eu conseguiremos sobreviver nesse mundo!

(… Pág. 309…)
Insisto na minha ideia de que a infelicidade produz o cancro. Mais do que outras causas que se dão com indutoras da inibição dos anticorpos que impedem a malignização das células, o pior para o ser humano é a infelicidade, meu querido amigo; a infelicidade. Se vivêssemos com optimismo e nos ríssemos mais, manteríamos o cancro na linha. Um dia destes vai ser obrigatório rir e vão educar-nos desde pequenos a não cair na asneira da competitividade, para controlar emoções descontroladas, para converter em algo relativo aquilo que nos acontece e para viver em sossego. Quando isto for assim, quero dizer que quando aprenderemos a ser mais felizes, diminuirá de forma radical a presença dos tumores malignos na nossa sociedade ocidental.

(…Pág. 340…)

O ódio é um sentimento mais forte que o amor e não se pode apagar quando se amaldiçoa não se sabe quem.

(…Pág. 365…)
A vida, depois de tudo, não era uma cebola, mas sim uma rosa, e não era envolvida por camadas para arrancar mas por pétalas para desfolhar. E no final das pétalas, no final do aromático coração da corola desfolhada, encontram-se os estames e os pistilos formados por mil pequenos órgãos produtores de pólen que são as minúsculas sementes que guardam uma promessa cada uma. A vida é uma rosa que brota e que se cobre de lindíssimas pétalas de cor para ocultar a continuação da vida. Continuar a vida. E desde aquele momento ia vivê-la de verdade. Livre, sem temê-la nem temer-se a si mesmo. Sem medos…
(…Pág. 284…)
As calças caídas pela anca… Os negros do Bronx, desse bairro nova-iorquino, começaram a usá-las assim, sem cinto nem suspensórios, como forma de protesto, como uma maneira de se solidarizarem com os seus irmãos negros que esperavam no corredor da morte para serem executados. A estes eram-lhes retirados os cintos e os atacadores para evitar que se suicidassem, por isso no corredor todos traziam as calças descaídas. E na rua os negros usavam-nas também assim para chamar a atenção do mundo sobre aqueles irmãos que esperavam a morte, muito deles, asseguravam, pelo único motivo de serem negros.

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